terça-feira, 22 de maio de 2012

Viver não, sobreviver.

Você já se sentiu vazio ? Como se uma dor constante estivesse no seu tórax, talvez esmagando ele ? Que a qualquer hora pudesse vir algo que te esmagasse de vez, e ao invés de você ter medo disso, você até  ansiasse por isso em alguns momentos ?
Não sei mais o que fazer, já não tenho mais vontade de nada , prefiro ficar quieta, isolada. Tudo à minha volta parece ser falso, forçado e irritante, pois cansei de papos fúteis, conversas aleatórias, brincadeiras infantis, me sinto bem melhor longe disso tudo.
Queria ter oportunidades constantes para suprir esse vazio, pois ele só é suprido três vezes por semana e durante esses três dias, logo me lembro que terei quatro angustiantes dias pela frente. Não há nada que eu queira mais no mundo do que essa sensação diária.
E sabe de uma coisa? Acho incrível como todos dizem que se importam tanto comigo e ninguém percebe que estou assim , sou escrava da amargura, leiga em meu próprio ser , refém da vida, e mesmo assim, todos acredita, no "eu estou bem" do dia-a-dia
Se eu perder a minha única fonte de alivio, segurança e alegria, eu juro , juro que desisto de tudo , pois agora já não tenho motivo algum para prosseguir , afinal, viver em meio à rejeições não é viver, é sobreviver . Então será que é isso mesmo que eu sou ? Acho que sim, sou uma sobrevivente .

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Cansei de lutar

    Estava escuro, não conseguia enxergar nada, só me sentia caindo, caindo e caindo. Com dificuldade, às vezes conseguia me segurar em algo, então lá ia eu começar a escalar. Tentava subir, sair, fugir , mas, esse local no qual eu me apoiava sempre se quebrava, e então eu voltava a cair, sem parar, só caía. 
    Com força bati com as costas no chão, uma dor aguda  me dominou, mas a sensação de estar firme novamente anestesiou qualquer dor que eu pudesse ter tido. Com esforço e precaução me levantei, mas assim que me levantei cai de novo, acho que essa queda toda me faz esquecer como andar. Então falei comigo mesma : " Calma Carol, um pé na frente do outro, um de cada vez", e assim tentei prosseguir.
    Mas eu não conseguia enxergar nada, estava tudo escuro à minha volta, então lentamente continuei caminhando, consegui ver frestas de uma luz, porém eu não conseguia enxergar porque meus olhos ainda não tinham se acostumado, e doíam, porém devagar, eu fui me acostumando e consegui abri-los. 
    Me encontrei em uma clareira, com um vasto gramado e tulipas roxas, quero dizer azuis, não, rosa, vermelhas, ou eram amarelas ? Era um arco-íris terrestre, de flores lindas que mudavam de cor. Caminhei por entre elas me sentindo forte novamente, então me deitei, para minha surpresa o meu cansaço era maior do que o esperado, e adormeci. 
    Quando acordei tudo havia ido embora, estava tudo escuro e medonho. Senti uma dor em meu braço, quando olhei para ele vi que eu estava sendo espetada por espinhos, eram vários deles, as flores haviam sumido. Me levantei, e andei com cuidado por entre os espinhos, mas mesmo que eu tivesse muito cuidado, às vezes me arranhava.
    Como eu sairia daquele lugar ? Sem fim nem começo, sem pé nem cabeça, que lugar era aquele ? Não queria realmente saber , só queria fugir dali, encontrar um outro lugar , qualquer um que fizesse com que eu me sentisse bem de novo, pois aqui estava eu, aflita, com medo, no escuro. Tropecei em um galho e cai, e apenas desisti de lutar, ali fiquei , aqui estou.